Não há obra sem propina
Infelizmente,
com raras exceções, o advogado Mário de Oliveira Filho que defende o
lobista Fernando Soares, o Fernando Baiano, disse a verdade que todo
mundo já sabe, de que empreiteiro no Brasil que não se sujeitar a
superfaturar contratos e não der propina, não tem obra.
Segundo ele, isso ocorre em qualquer prefeitura do interior. “Se não fizer acertos com políticos, não coloca um paralelepípedo”. Êta nomezinho complicado para soletrar, moço! Lembro-me dos homens lá na minha pequena Piritiba calçando as primeiras ruas com as pedras e o quanto sofria no primário para escrever corretamente, pa-ra-le-le-pí-pe-do. Há tempos que não se ouvia falar nesta palavra.
Segundo ele, isso ocorre em qualquer prefeitura do interior. “Se não fizer acertos com políticos, não coloca um paralelepípedo”. Êta nomezinho complicado para soletrar, moço! Lembro-me dos homens lá na minha pequena Piritiba calçando as primeiras ruas com as pedras e o quanto sofria no primário para escrever corretamente, pa-ra-le-le-pí-pe-do. Há tempos que não se ouvia falar nesta palavra.
Juristas
saíram com a desculpa de que foi mais um arroubo de oratória e coisa de
advogado de defesa, mas não se pode negar que esta prática já é vista
há anos como comum e normal no meio empresarial da construção civil,
governos e executivos de estatais. Agora os corrompidos não passam de
vítimas.
O errado se transformou no
normal. É aquela história de que todo mundo faz assim, e é nisso que o
advogado de defesa se apega para livrar seu cliente do crime. A sensação
que se tem é que hoje todo brasileiro já nasce com o DNA da corrupção. O
filho observa o que acontece na empresa e o pai deve instruí-lo para
que incorpore o esquema.
Não vamos
dar uma de hipócrita e moralista de que esses malfeitos são coisas
exclusivas de políticos safados, porque o levar vantagem em tudo está
enraizado na cultura do brasileiro. Furar uma fila; dar um trocado para o
guarda ou um servidor público; queimar um plantão médico ou deixar de
dar uma aula e inventar uma mentira; e ultrapassar o sinal de trânsito
também são atos de corrupção.
Quem
hoje se atreve dizer numa roda de amigos que é honesto? Certamente será
ridicularizado, desacreditado e taxado de mentiroso calhorda, sem contar
a gozação e a discriminação á sua pessoa. Ser chamado de otário e de
besta é o de menos. É como se o cara fosse um pária da sociedade, visto
como um marginal.
No exterior, nossa
imagem está cada vez mais avacalhada. Sé estiver em outro país, é
aconselhável não dizer sua nacionalidade, a não ser na alfândega porque
não tem outro jeito. Aí o agente já lhe olha atravessado e demora de
entregar o passaporte.
Quanto à
roubalheira, o Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) já
avalia em 23 bilhões de reais, mas a maioria dos astutos e espertos
normais zerou suas contas bancárias, aqui no Brasil, é claro. Da noite
para o dia, executivos de grandes empresas ficaram pobres. É de dar
pena!
O outro, o gerente da
Petrobrás, Pedro Barusco, subordinado do Paulo Roberto Costa, o delator,
desviou mais dinheiro que o chefe e prometeu devolver 252 milhões de
reais. O cara passou a perna no chefe. É ladrão roubando ladrão.
Não
vou dizer aqui que dessa vez o Brasil toma jeito porque já vi este
filme várias vezes. Além do mais, a minha idade não permite esse tipo de
extravagancia, mas torço que esteja completamente errado. É aquele
ditado popular; Gato escaldado de água quente….
Jeremias Macário
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